segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O que é pecado?


“Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro.” (Catecismo §1488)
A Igreja, com sua sabedoria divina e milenar, nos ensina que a pior realidade para o homem, para o mundo e para ela mesma, são os pecados. A grande missão de Jesus foi de fato tirar o pecado do mundo, e Ele não teve dúvida de chegar até a morte trágica para isto. Agora, vivo e ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, através do ministério da Igreja, dá o perdão a todos os homens.


Se ainda pecamos, se ainda não somos santos, é porque ainda o amor a Deus e ao próximo não atingiu a sua plenitude em nós; pois a santidade é uma história de amor.

Somente contemplando demoradamente as chagas de nosso divino Redentor, a sua coroa de espinhos, os seus açoites, os seus cravos, as suas feridas... é que podemos ter em conta toda a tristeza que o pecado representa.
Santo Agostinho afirma: “Eu pecava, porque em vez de procurar em Deus os prazeres, as grandezas e as verdades, procurava-os nas suas criaturas: em mim e nos outros. Por isso precipitava-me na dor, na confusão e no erro.”


Mas, o que é o pecado?



Os piores pecados são os chamados “capitais”. Capital vem do latim “caput” que significa cabeça. São os pecados “cabeças”, isto é, que geram muitos outros.

Segundo a sua gravidade, a Igreja classifica os pecados em veniais e mortais, seguindo a sua própria Tradição.
“É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente. (...) A matéria grave é precisada pelos dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: ‘Não mates, não roubes, não cometas adultério, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe’ (Mc 10, 19).”
O pecado mortal leva o pecador a perder o “estado de graça”, isto é, a “graça santificante”. O Catecismo afirma:
“Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso.”
O catecismo ainda lembra: “O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.” Acontece malícia quando há uma intenção maldosa, uma “exploração do mal”, por sagacidade, sátira, comércio, etc. É diferente o pecado daquele que sucumbiu por fraqueza, daquele que explorou o pecado. Por exemplo, é muito mais grave explorar a prostituição do que cair nela, eventualmente, por fraqueza, embora ambas as quedas sejam graves.
O pecado venial acontece quando não se observa a lei moral em matéria leve, ou então quando se desobedece a lei moral em matéria grave, sem perfeito conhecimento ou consentimento. Não nos torna contrários a vontade de Deus e a sua amizade; não quebra a comunhão com Ele, e portanto, não priva da graça de Deus e do céu.
Contudo, não se deve descuidar dos pecados veniais, pois, eles enfraquecem a caridade, impede a alma de crescer na virtude, e, quando é aceito deliberadamente e fica sem arrependimento, leva a pessoa, pouco a pouco, ao pecado mortal. Santo Agostinho lembra que “o acúmulo dos pequenos vícios traz consigo a desesperança da conversão”.

PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO


Muitos perguntam o que é o pecado contra o Espírito Santo. A Igreja ensina que é o daquele que rejeita livremente acolher, pelo arrependimento, a misericórdia de Deus, “rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo.” É o endurecimento do coração , a tal ponto, que leva a pessoa a rejeitar até a penitência final. Se morrer neste triste estado, experimentará a perdição eterna.

O pecado gera na pessoa uma tendência ao próprio pecado. Podemos dizer que quanto mais se peca, mais se está predisposto ao pecado. A repetição torna-se vício. E assim, nasce na pessoa a inclinação à perversão, obscurece-se a consciência, e vai se perdendo o discernimento entre o bem e o mal. Daí, a necessidade de confessar-se , reconciliando-se com Deus no firme propósito de lutar para não cair novamente em tentação.


FONTE : "Os pecados e as virtudes capitais - Prof. Felipe Aquino"